É o José, é o Gilberto é o fim da cidade
É o precatório, é o frango, é a condenação na justiça
É a catraca eletrônica, é a repressão ao camelô
É o Paulo, é o estupra mais não mata, é o vote em mim!
É promessa feita no calor da eleição
É o candidato ofendendo e depois convidando para a refeição
É povo votando, é o povo esquecido
É político bonito, fazendo feio, é o Fernando, é o Fernando
O Gilberto dormindo tranqüilo é um mistério profundo
É a greve dos perueiros, é a greve dos camelôs
É a greve do motorista e cobrador, é o mande-os embora
É a chuva, outra enchente
É o deus nos acuda! É outra família perdendo
os móveis comprados com muito suor
É o pivete cheirando cola na igreja
É o preto, é madrugada, é a polícia
É o pare, é a mão na cabeça, é o chute no “saco”
É escárnio, é a humilhação, é a carteira
do trabalhador jogada no chão,
é outro insulto, é outro tapa, é a senhora que passa,
é a mãe, é a mãe; é a rua deserta, é madrugada,
é a policia, é o preto, é a morte, é a morte!
Melhor sorte aos sobreviventes
Peça à deus para que seus filhos pareçam brancos, senão é má sorte, é a morte!
É a mão calejada, é o rosto enrugado,
é o bóia fria, é o sem bóia nenhuma
É a menina em Cuiú Cuiú, com a “placa de vende-se”
É o de paletó se aposentando, depois de oito anos
É o vagabundo se aposentando aos sessenta
É a máfia da saúde, é a máfia da previdência
É o ministro da justiça, líder do presidente cassado
É o Fernando viajando, e os caipiras pagando
É o presidente jantando na Europa, e o povo comendo calango
É a seca, é a sexta básica
O desvio do rio São Francisco
é promessa para a próxima eleição
É o Fernando, é o Antônio, é o Paulo, é a negociata
São as águas do Tietê arrasando a cidade
São promessas de doenças para a população
É a chuva, é a enchente, é a casa alagada
É o nordestino morrendo de sede e fome no sertão
É a ponte despencando, é o trânsito parado
É a poluição, é o aumento da tarifa, é o motorista assassinado
É o José mandando, é o Gilberto obedecendo
São as águas do Tietê arrasando a cidade
São promessas de doenças para a população
É o desastre da saúde, é o povo pagando
É a dengue, é a cólera, é a tuberculose, é a doença extinta
São as águas do Tietê arrasando a cidade
São promessas de doenças para a população
Lourenço Cardoso
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
eu A
chamar pra briga
aquele que se encontra
em franca
desvantagem
é de uma
brutal
covardia
é feito ratoeira
que espera
à espreita
aquele que classificou
como bicho
Lourenço Cardoso
aquele que se encontra
em franca
desvantagem
é de uma
brutal
covardia
é feito ratoeira
que espera
à espreita
aquele que classificou
como bicho
Lourenço Cardoso
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
A indiferença mata a fome não
O menino passa
pede um trocado
um passe
n´outro dia
o reconhecemos
e não lhe damos nada
Lourenço Cardoso
pede um trocado
um passe
n´outro dia
o reconhecemos
e não lhe damos nada
Lourenço Cardoso
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
pioridade
euquerosero...ôôôopiormergulharfundonapioridadeaperfeiçoaraminhamaldadeemorrerderirdos quetentaremmisalvar
Lourenço Cardoso
(publicado In: Vários Autores (2006). Oficina de Poesia: Revista da Palavra e da Imagem. Coimbra: Palimage Editores, p. 27 cf. http://www.palimage.pt/livro.php?livroid=rev07)
Lourenço Cardoso
(publicado In: Vários Autores (2006). Oficina de Poesia: Revista da Palavra e da Imagem. Coimbra: Palimage Editores, p. 27 cf. http://www.palimage.pt/livro.php?livroid=rev07)
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